Nas páginas anteriores, mostramos conclusivamente que o conceito de sistema
clerical – com o seu assim-chamado “pastor” ou “ministro” estabelecido sobre uma
congregação de Cristãos para liderá-los na adoração e no ministério – não tem
base na Escritura. E não apenas isso, mas é contrário ao ensino do Novo Testamento.
Os pontos a seguir são um breve resumo dos princípios que abordamos nas páginas
anteriores que mostram por que o sistema clerical não está de acordo com a Palavra
de Deus:
- Não é dado ao Espírito de Deus o Seu lugar apropriado em presidir
a assembleia. Visto que Ele está presente para dirigir e regular os procedimentos,
a criação de um clérigo naquele lugar praticamente desloca o Espírito e interfere
em Sua liderança (Fp 3:3; 1 Co 12:11).
- Como resultado de não ser dado ao Espírito o Seu
lugar para liderar a assembleia como Ele quiser, o sacerdócio de todos os crentes
é impedido na prática (1 Pe 2:5; Ap 1:6, 5:10; Hb 13:15-16). O Espírito de Deus
deveria poder usar qualquer irmão que Ele escolhesse para oferecer ação de graças
e louvor em nome de toda a assembleia, mas esse sistema impede isso.
- Outro resultado de não ser dado ao Espírito o
Seu lugar para liderar a assembleia é que o livre exercício de dons na assembleia
é proibido por arbitrariamente limitar o ministério a uma pessoa (o assim-chamado
pastor) que tem um direito oficial de fazê-lo (1 Co 14:27-33).
- Existe pouco ou nenhum recurso para verificar
e equilibrar o ensino. Onde há um ou dois homens responsáveis pelo ensino em uma
assembleia local, como é o caso do assim-chamado “pastor” ou “ministro”, existe
o perigo de interpretações unilaterais, se não do próprio erro doutrinal. Por outro
lado, onde o Espírito Santo tem liberdade para falar por meio dos vários dons da
assembleia, mais facetas da verdade são trazidas à luz, e também há uma maior imunidade
ao erro quando todos os santos comparam cuidadosamente o que é dito com a Escritura
(1 Co 14:27-32).
- O sistema religioso tende a promover uma apatia
entre os membros da congregação. Uma vez que não permite liberdade para as pessoas
contribuírem no ministério, frequentemente ocorre falta de exercício nas coisas
divinas. Muitos têm a ideia de que não precisam se preocupar com o ministério, já
que a organização eclesiástica a que pertencem está pagando alguém (o clérigo) para
realizar esse serviço por eles. Consequentemente, o desenvolvimento do exercício
e crescimento espirituais nos santos é impedido por esse arranjo (1 Co 3:1-4; Hb
5:11-14).
- O sistema provê para que pessoas se reúnam em
torno de um orador habilidoso e, assim, viola os princípios de Deus de Cristãos
estarem reunidos pelo Espírito para o nome do Senhor Jesus Cristo somente (1 Co
1:12-13, 3:3-4; Mt 18:20).
- O sistema interfere na responsabilidade imediata
do servo perante o Senhor no exercício de seu dom. A pessoa (o clérigo) torna-se
responsável perante a organização criada pelo homem, que cuida dele em questões
práticas, como seu salário. Ele é responsável por manter seus padrões e métodos
de ministério e alcançar os objetivos que a organização estabeleceu para ele; e,
portanto, ele tende a ser controlado pela organização, ao invés de servir diretamente
sob o senhorio de Cristo (1 Co 7:22-23; Gl 1:10).
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