Judas também nos diz que certos homens se infiltraram furtivamente entre
os Cristãos e “convertem em dissolução (depravação) a graça de Deus” (Jd 4). Ele descreve o caráter
daqueles que corromperiam o testemunho Cristão como os que “foram pelo caminho
de Caim”, os que “se
atiraram ao erro de Balaão” e os que “pereceram na rebelião de Core” (Jd
11 – AIBB). Essas três coisas retratam adequadamente o tipo de erro eclesiástico
que prevalece hoje na Cristandade.
Em primeiro lugar, existe o “caminho
de Caim”, que descreve
o esforço de apresentar a Deus nossas obras como um meio de ser aceito por Deus.
Caim era um homem religioso na medida em que ofereceu um sacrifício, mas apresentou
a obra de suas próprias mãos a Deus para aceitação e, consequentemente, foi rejeitada
(Gn 4:1-5). Sua oferta não tinha sangue. O sangue figurativamente indica o derradeiro
sacrifício do Senhor Jesus Cristo e o derramamento de Seu sangue, sem o qual ninguém
pode ser abençoado por Deus. Um evangelho sem sangue (que na verdade não é evangelho)
está sendo pregado hoje nos púlpitos de muitas igrejas por meio do qual as pessoas
foram levadas a acreditar que podem apresentar suas boas obras a Deus para aceitação
e salvação, mesmo que a Bíblia indique claramente que a salvação não é “pelas obras de justiça” (Tt 3:5; Ef 2:8-9;
Rm 4:4-8).
Em segundo lugar, há o “erro de
Balaão”, que fala da vontade
de ensinar coisas não autorizadas por Deus em troca de dinheiro e honrarias. Balaão
se apresentou a Balaque e aos moabitas como profeta, e estava disposto a profetizar
por eles para prejudicar o povo de Deus (Nm 22-24). Muitos pregadores na Cristandade
(embora talvez não pretendam prejudicar o povo do Senhor) estão, da mesma
forma, ensinando doutrinas prejudiciais que não são fundamentadas na Escritura e
também estão se esforçando pra obter altas honras e dinheiro na igreja.
Terceiro, há a “contradição
(oposição) de Coré”, que
é a organização de um grupo de homens para desafiar a ordem do sacerdócio de Deus.
Coré e seus homens queriam uma posição acima do povo de Deus, que não lhes fora
dada por Deus. Na profissão Cristã, há uma organização semelhante; uma classe especial
de homens para presidir sobre o rebanho de Deus, conhecido como clero. Esses
homens falam livremente do rebanho de Deus como sendo “o seu” rebanho.
Esse tipo de organização pode até ter surgido com boas intenções, e pode haver também
muitos que atualmente ocupam aquele lugar com motivos igualmente bons, mas ainda
assim, é um sistema de coisas que não tem fundamento na Palavra de Deus. Em essência,
ele desafia o verdadeiro sacerdócio do crente, que vamos comentar adiante.
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