A Escolha dos Anciãos

A pergunta pode ser feita: “Como esses homens entraram nesses ofícios?” Em todos os casos nas Escrituras, eles foram escolhidos. Mas em nenhum lugar na Escritura lemos que os anciãos foram escolhidos pela igreja – a assembleia local. Assim como mostramos que não há uma assembleia local na Bíblia que escolheu seu pastor, também não há uma assembleia na Escritura que tenha escolhido seus anciãos! Independentemente disso, hoje na Cristandade quase todos os grupos eclesiásticos escolhem seus anciãos. De onde eles obtêm autoridade para fazer isso? Em nenhum lugar da Bíblia houve uma assembleia encarregada de uma tarefa tão difícil quanto escolher seus anciãos, independentemente da piedade e inteligência daqueles que a constituíam. A Palavra de Deus diz que eles foram escolhidos pelos apóstolos. Diz: “E, tendo [Barnabé e Paulo] escolhido os anciãos em (para) cada assembleia, orado com jejum, eles os encomendaram ao Senhor, em Quem haviam crido” (At 14:23 – JND). Em certas ocasiões, delegados dos apóstolos escolheram anciãos. Tito é um exemplo. Paulo o enviou à ilha de Creta com o objetivo de ordenar anciãos lá. Mesmo assim, sua comissão era apenas para aquele lugar. Ele não tinha autoridade para ordená-los em outro lugar, a menos que fosse comissionado pelo apóstolo (Tt 1:5).

A sabedoria de Deus é vista aqui em ter anciãos escolhidos para uma assembleia e não por uma assembleia. Se uma igreja local escolher seus presbíteros, ela pode ser tendenciosa e escolher líderes que favoreçam suas inclinações. Mas, sendo uma função apostólica, a assembleia seria preservada desse perigo.

No caso dos diáconos, no entanto, as igrejas locais os escolheram. Um exemplo disso é Atos 6:1-6. Sete homens foram escolhidos pela igreja em Jerusalém para ocupar o lugar de diáconos (embora não tivessem o nome de diáconos nesse capítulo), mas foram oficialmente designados para essa posição pelos apóstolos. Hoje, uma igreja local poderia escolher aqueles que realizariam os cuidados temporais na assembleia, mas ela não poderia designá-los oficialmente para o ofício de diácono, porque hoje não há apóstolo ou um delegado seu disponível para fazê-lo.