Pode-se perguntar: “Se devemos nos
reunir da maneira como as sugeridas nos capítulos anteriores, quem dirigiria essas
reuniões?”
Gostaríamos de responder dizendo que, se realmente crêssemos que o Senhor
Jesus estaria no meio como Ele prometeu, gostaríamos de deixá-Lo guiar e dirigir
a igreja pelo Espírito. Quando Cristo subiu ao céu, enviou o Espírito Santo ao mundo
para habitar na Igreja para esse exato propósito (Jo 7:39; At 2:1-4). As principais
obras do Espírito no Cristianismo são: exaltar a Cristo, unir os membros do corpo
de Cristo na Terra à Cabeça no céu por Sua presença permanente, e guiar a Igreja
em todas as coisas, seja na adoração (Fp 3:3), na oração (Ef 6:18; Jd 20; At 4:31),
no ministério (Jo 14:26, 16:13-15; 1 Co 12:11) ou na evangelização (At 8:29, 13:1-4,
16:6-7). Desde o momento em que o Espírito de Deus foi enviado ao mundo no Pentecostes,
procuramos em vão no Novo Testamento por qualquer dirigente da Igreja, exceto a
direção soberana do Espírito Santo! É Ele Quem deve dirigir as reuniões da igreja.
Todos os grupos eclesiásticos dirão que eles possuem a presença do Espírito,
mas a prova de que realmente acreditamos no poder e na presença do Espírito será
vista em permitir que Ele direcione as coisas nas reuniões da Igreja. O que a Escritura
exige de nós é que tivéssemos fé no poder do Espírito, comprovada pelo fato de
deixar que Ele, em Seu devido direito, empregue quem Ele quiser para falar nas reuniões.
Para todos os que desejam estar reunido de acordo com a ordem bíblica de Deus, fé
será requerida. Mas isso não deve nos surpreender como Cristãos, pois cada passo
de nosso caminho deve ser em fé. “a vida que agora vivo na carne vivo-a na
fé do Filho de Deus, O qual me amou, e Se entregou a Si mesmo por mim” (Gl 2:20).
E novamente: “O justo viverá no princípio de fé” (Gl 3:11 – JND; Rm
1:17; Hb 10:38).
Se foi pelo poder do Espírito que Deus fez o mundo e tudo o que nele há (Jó
26:13, 33:4; Gn 1:2), certamente então, Ele deve ser capaz de dirigir alguns Cristãos
reunidos para adoração e ministério. Com Alguém tão grande e tão competente quanto
essa Pessoa divina presente no meio dos santos reunidos, não é necessário nomear
um homem para fazer Sua obra, independentemente de quão capacitada essa pessoa possa
ser. C. H. Mackintosh disse: “Se Cristo está em nosso meio (Mt 18:20), por que deveríamos
sequer pensar em estabelecer um dirigente humano? Por que não dar a Ele Seu lugar
de direito e permitir que o Espírito de Deus lidere e dirija na adoração e no ministério?
Não há necessidade de autoridade humana.”
Mesmo assim, as denominações criaram uma posição para um homem (um “pastor”
ou “ministro”) para conduzir a adoração. Na Bíblia não achamos que Deus alguma vez
estabeleceu um pastor ou ministro para conduzir a adoração da igreja. W. T. P. Wolston
disse: “Existe uma noção na Cristandade de que um pastor é um homem colocado sobre
uma congregação. A ideia está na cabeça das pessoas, mas não na Escritura!” Se não
é a ordem de Deus, fica claro que deve ser uma invenção humana. Ter um homem estabelecido
na assembleia para ‘administrar’ a ceia do Senhor é realmente um erro monstruoso,
pois não há nada sequer sugerido na Palavra de Deus, como um homem, mesmo um apóstolo,
sendo separado para tal coisa. A Escritura simplesmente diz: “estando nós reunidos para partir o pão”
(At 20:7 – TB).
No entanto, esse arranjo humano é tão difundido na Cristandade que pode ser
visto desde a basílica de São Pedro em Roma até a menor capela evangélica. Em vez
de crentes estarem reunidos para adoração e ministério apenas em nome do Senhor,
e esperando a liderança do Espírito por direção, mal se pode encontrar uma reunião
de oração sem que alguém (um líder de oração) esteja designado para conduzi-la.
O que é tudo isso, senão o homem usurpando o lugar do Espírito Santo? É o triste
fruto da incredulidade em Sua presença Pessoal no meio dos santos. Estabelecer um
homem, por mais capacitado que seja, para liderar e conduzir reuniões de assembleia,
é uma negação prática da presença e do poder do Espírito Santo. É realmente incredulidade
ou ignorância quanto à competência do Espírito Santo para dirigir as reuniões. Quão
triste é que tal interferência humana tenha deixado de lado a simplicidade da ordem
divina. Que o Senhor livre Seu povo de um sistema de coisas tão contrário à Sua
mente.
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