Além de estarmos reunidos para o nome do Senhor Jesus Cristo, também aprendemos
com o Novo Testamento que a Igreja primitiva estava reunida por, pelo menos, quatro razões principais. Diz: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e
na comunhão, e no partir do pão, e
nas orações” (At 2:42). Essas são
as mesmas razões pelas quais a Igreja hoje deve estar reunida. Podemos chamá-las
de “as quatro âncoras” da vida da assembleia.
Primeiro, a Igreja primitiva
estava reunida para aprender da “doutrina dos apóstolos”. Também precisamos de reuniões
especificamente para o aprendizado da verdade da Escritura. No entanto, muitos Cristãos
não consideram a doutrina como sendo importante. Parece que para muitos, que
desde que estejamos juntos e amemos o Senhor, realmente não importa o que a
pessoa tenha como doutrina. O ensino bíblico nas denominações geralmente reflete
essa atitude. O foco da maioria dos sermões é geralmente voltado para algum ponto
prático da vida Cristã. Como consequência, as pessoas não se fundamentam na verdade.
Muitos queridos Cristãos passam a vida sendo “jogados de um para outro lado
e levados ao redor por todos os ventos de doutrina” que aparece no caminho deles
(Ef 4:14 – TB). Precisamos ter reuniões, como a Igreja primitiva tinha, que sejam
dirigidas pelo Espírito, onde dois ou três possam se dirigir aos santos com uma
palavra de exortação ou com a apresentação da verdade. Paulo disse: “E falem dois ou três profetas, e os outros
julguem. Mas se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa,
cale-se o primeiro. Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros;
para que todos aprendam, e todos sejam consolados [encorajados – JND]. E os
espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas” (1 Co 14:29-32). Também
é necessária uma reunião de leitura, onde as Escrituras são lidas, e os irmãos têm
a oportunidade de expor uma passagem para a edificação da assembleia, também é um
meio viável de comunicar a verdade aos santos. Era prática dos irmãos na Igreja
primitiva estarem reunidos para a leitura das Escrituras. Paulo exortou Timóteo:
“aplica-te à leitura (pública
das Escrituras), à exortação, ao ensino” (1 Tm 4:13 – ARA – nota de rodapé). O tipo de leitura a que Paulo estava
se referindo não é o estudo pessoal da Bíblia, mas a leitura pública das Escrituras
para outras pessoas. O fato de “exortação” e “ensino” estarem relacionados
à leitura das Escrituras sugere, naturalmente, que havia oportunidade para aqueles
que, como Timóteo, fossem capazes, de fazer comentários sobre as passagens lidas
para a edificação dos outros. Estes são os elementos básicos de uma reunião de leitura.
É a maneira de Deus para que os Cristãos se estabeleçam na verdade.
Em segundo lugar, a Igreja primitiva
também estava reunida para a “comunhão” Cristã. Muitos Cristãos veem a comunhão como nada mais do que
se ajuntarem com outros Cristãos para recreação e esportes. Certamente não há nada
errado com a recreação, mas a comunhão
Cristã é comunhão sobre coisas Cristãs. Essas são coisas divinas
que temos em comum com todos os outros membros do corpo de Cristo. Na Igreja primitiva,
isso sem dúvida ocorreu quando eles estavam juntos para o aprendizado da doutrina
dos apóstolos, pois está intimamente ligada a ela nesse versículo. Contudo, não
devemos limitar nossa comunhão com outros crentes apenas quando estamos reunidos
para aprender a verdade; precisamos ter uns aos outros em nossa casa também.
Em terceiro lugar, a Igreja primitiva
também estava reunida para “partir o pão”. Depois que a Igreja foi estabelecida, todos os primeiros dias
da semana (dia do Senhor) eles se reuniam para partir o pão (At 20:7). Este é um
privilégio que também temos, como o Senhor pediu: “fazei isto em memória de Mim” (Lc 22:19). Mesmo assim, aparentemente
isso é algo que não é tão importante para os Cristãos hoje em dia, pois a maioria
dos grupos eclesiásticos celebra a ceia do Senhor uma vez por mês ou a cada três
meses. Também a maneira pela qual é celebrada, por vezes mal se assemelha ao
que temos na Escritura. Mesmo quando é celebrada, geralmente é algo introduzido
por alguns minutos no decorrer de algum dos “cultos” da igreja. Muitas vezes, isso
é feito com um grupo misto de crentes e incrédulos, embora quando o Senhor instituiu
a ceia, Ele indicou que apenas os verdadeiros crentes deveriam partir o pão em Sua
memória (Jo 13:30; Lc 22:19; 1 Co 11:23-26). Ele quer que aqueles a quem Ele redimiu
ocupem um tempo para meditar n’Ele – para contemplarem o grande custo da redenção
deles. Não queremos ser dogmáticos sobre isso, mas parece que quando o Senhor instituiu
a ceia, houve uma ocasião reservada para esse fim (Lc 22:14).
E em quarto lugar, eles estavam
reunidos em ocasiões regulares para “orações” (At 4:23-31, 12:12-17). A língua
original diz “as orações”, indicando
que eles tinham momentos específicos em que se ajuntavam com esse propósito. Portanto,
a Igreja primitiva teve reuniões de oração quando expressavam coletivamente sua
dependência do Senhor para suas necessidades. Isso é novamente algo que infelizmente
está faltando na Igreja hoje. Muitos grupos Cristãos têm apenas cultos aos domingos.
Uma reunião de oração no meio da semana quase desapareceu na maioria dos lugares.
E onde há reuniões de oração geralmente elas têm pouca participação. Isso prova
apenas que os Cristãos de hoje não consideram importantes as reuniões de oração.
No entanto, o Senhor gostaria que Seu povo estivesse reunido regularmente para orações.
Esses são os principais tipos de reuniões para as quais a Igreja primitiva
esteve reunida e são as que precisamos hoje na Igreja. Elas são essenciais para
a saúde espiritual de uma assembleia e são a razão pela qual Deus as registrou para
nós em Sua Palavra. A “doutrina dos apóstolos” forma nossa “comunhão”, o “partir do pão” expressa essa comunhão e as “orações” mantêm nossa comunhão. Essas quatro coisas
tem sido chamadas de “as quatro âncoras” da vida da assembleia.
(Existe outro tipo de reunião da assembleia que a Escritura indica – uma reunião
para disciplina; mas é de caráter diferente – 1 Co 5:4-5).
Ao examinarmos essas quatro coisas básicas, perguntamos novamente: “Precisamos
de todos ou de alguns dos acessórios extras que estão na Cristandade hoje para fazer
essas coisas simples?” Não, a Igreja primitiva não precisava deles, e nem nós! Por
que não, então, apenas retornar ao Cristianismo puro e simples que é encontrado
na Bíblia e descobrir que bênção isso pode ser?
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