Às vezes as pessoas dizem: “Eu não
gostaria de me separar da minha igreja, mesmo que eu visse algumas coisas que não
estivessem corretas, porque se eu me separasse, estaria julgando os que
praticam essas coisas, e a Bíblia diz que não devemos julgar uns aos outros”.
Percebemos que, para algumas pessoas, as coisas que discutimos soam como
vindas de um espírito farisaico de julgar outros Cristãos. Confiamos, com boa consciência
diante de Deus, que não estamos julgando os motivos
de outras pessoas, pois somente Deus é o Juiz dos motivos (Mt 7:1; 1 Sm 2:3;
1 Co 4:4-5). Mas na Escritura nos é ensinado a julgar as doutrinas de uma pessoa (1 Co 10:15, 14:29), suas
ações (1 Co 5:12-13) e seus frutos (Mt 7:15-20).
Com a ajuda do Senhor, mostraremos pelas Escrituras que a ordem atual em
toda a Cristandade para adoração e ministério não está de acordo com a Palavra de
Deus, e que a Palavra de Deus julga que essa ordem de coisas está errada. Como Cristãos,
somos chamados a julgar aquilo que a Palavra de Deus julga. Este princípio é dado
claramente em Apocalipse 18:20; “Deus julgou o vosso julgamento sobre
ela” (JND). Depois que
os verdadeiros crentes forem tirados para fora da Cristandade no Arrebatamento,
toda a ordem humana de coisas nela culminará na falsa igreja no livro do Apocalipse
(sob a figura do “Mistério, a grande Babilônia”). Deus executará Seu julgamento
sobre a Cristandade – usando a besta para destruir todo aquele sistema e ela desaparecerá
para sempre (Ap 17:16). Quando isso acontecer, todo o céu celebrará com alegria,
e os santos de Deus serão informados: “Deus julgou o vosso julgamento sobre ela” (Ap 18:20 – JND). Isso
mostra que, antes desse tempo, os crentes de mente correta já haviam passado
seu julgamento sobre a Cristandade. Naquele dia vindouro, Deus fará com que o julgamento
desses crentes seja justificado publicamente pela execução de Seu julgamento
sobre ela. Isso mostra claramente que os Cristãos devem julgar o que não é bíblico
na Cristandade e se separar disso.
O Velho Testamento tem outra figura que ilustra esse ponto. Jeroboão trouxe
para Israel um novo sistema de adoração que era totalmente de sua imaginação. Ele
não tinha nenhuma orientação vinda de Deus para fazer aquilo. No entanto, ele fez
dois novos centros de adoração em Israel; um em Betel e outro em Dã, estabelecendo
também um novo sacerdócio nesses lugares “semelhantemente” à ordem de Deus
em Jerusalém. Ele fez isso para dar ao povo a sensação de que sua nova ordem de
coisas vinha de Deus, pois tinha a aparência da ordem de Deus estabelecida em Jerusalém.
Mas Jeroboão fez Israel pecar, incentivando-os a adorar nos centros que criara (1
Rs 12:28-33). É desnecessário mencionar que isso desagradou ao Senhor; Foi “um grande pecado” (2 Rs 17:21)
Pouco tempo depois, o Senhor enviou um profeta a Betel para clamar contra
o altar que Jeroboão havia construído ali. O profeta “clamou contra o altar com a Palavra do Senhor, e disse: Altar, altar!
assim diz o Senhor... E deu naquele
mesmo dia um sinal, dizendo: Este é o sinal de que o Senhor falou: Eis que o
altar se fenderá, e a cinza, que nele está, se derramará” (1 Rs 13:1-3). Observe com atenção:
o profeta clamou contra o altar, não contra as pessoas que ali adoravam!
O altar, com seu bezerro, sendo o ponto focal da adoração em Betel, representava
todo o sistema de coisas que Jeroboão tinha estabelecido. Isso ilustra nosso ponto.
Não clamamos contra (ou julgamos) nossos irmãos que estão misturados com a confusão
na casa de Deus, mas contra o sistema, porque não é de Deus.
A mensagem do profeta incomodou muito Jeroboão e ele atacou o profeta, mas,
ao fazê-lo, sua mão ficou seca. Mesmo assim, o profeta orou pela restauração da
mão de Jeroboão. Isso prova que ele não tinha intenção de atacar Jeroboão ou o povo,
mas apenas queria o bem e a bênção deles. Da mesma forma, quando é mencionado o
assunto da separação da confusão na casa de Deus, muitos Cristãos que não desejam
deixar esse sistema de coisas ficam pessoalmente ofendidos, como Jeroboão. No entanto,
não é nossa intenção atacar quem quer que seja, mas falar a verdade de Deus em amor
(Ef 4:15). Nunca devemos ofender alguém, mas quando a verdade chega a alguém que
não a quer, às vezes essas pessoas ficam ofendidas com a verdade (Mt 15:12; Gl 4:16).
Se for esse o caso, devemos deixá-las com o Senhor.
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