quarta-feira, 29 de abril de 2020

Os Dons Devem Ser Regidos pelo Amor e pelo Discernimento

Depois de falar do motivo para o ministério em 1 Coríntios 13, que é “amor”, no capítulo 14 o apóstolo dá os princípios simples que devem governar ministério na assembleia.
A primeira parte do capítulo enfatiza o cuidado que o amor teria em garantir que não ocupasse tempo falando de coisas que os outros presentes não conseguem entender. Isso mesmo estava acontecendo em Corinto. Havia quem falasse com o dom de línguas, sem intérprete. Consequentemente, os presentes na assembleia não sabiam o que estava sendo dito. Paulo mostra que se uma pessoa fala sem amor e sem preocupação com a edificação de todos, está realmente falando como uma trombeta que está emitindo um som incerto. As pessoas não sabem como reagir, porque não sabem o que está sendo dito. Os coríntios usavam mal o dom de línguas, mas, independentemente de qual seja o dom, o princípio é o mesmo e é um guia para nós hoje. Alguém que participe da reunião de uma maneira que as pessoas não conseguem entender, claramente não está falando para a “edificação, exortação [encorajamento – JND] e consolação” de todos. Sendo assim, então seria bom que ele não falasse. Amor e cuidado com o bem-estar dos outros irá dirigir isso (1 Co 14:1-11).
Assim, o princípio básico que deve governar as reuniões para o ministério é que devemos falar aquilo que for para a edificação de todos. Paulo disse que seria melhor falar pouco na assembleia (“cinco palavras”) para que todos possam entender e ganhar com isso, do que falar muito (“dez mil palavras”) e ninguém ter entendido (1 Co 14:12-19).
Ele também mostra que, se a Igreja se reunisse de acordo com a ordem de Deus para o ministério, onde fosse dado ao Espírito de Deus o Seu devido lugar na assembleia para dirigir o ministério, haveria um testemunho poderoso para aqueles que comparecessem a essas reuniões (1 Co 14:23-25).
Paulo continua mostrando que, quando os santos se reúnem, “cada um” que tem algo a contribuir, deve ter liberdade para ministrar na assembleia para proveito dos outros. O problema com os coríntios era que suas reuniões havia se tornado em algo livre para todos. Todos eles queriam falar e não estavam esperando a direção do Espírito (1 Co 14:26). Para corrigir isso, Paulo disse a eles que, embora todos pudessem ter algo, isso não significa que todos deveriam falar. Eles deveriam esperar a direção do Espírito. Em diferentes ocasiões, vários podem falar como o Espírito dirigir (1 Co 14:27-28, 30-31). Profetizar neste capítulo não se refere à predição de coisas futuras, mas à revelação da mente de Deus para a ocasião.
Pode acontecer de uma pessoa levada pela carne, se apresente e ocupe o tempo com palavras inúteis que não edificam os santos. No entanto, a assembleia não deve ser um palco para a manifestação da carne. O apóstolo disse: “Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas” (1 Co 14:32). Isso significa que a pessoa deve saber como exercer controle próprio e abster-se de falar nessas situações. Independentemente dessa exortação, tal pessoa costuma pensar que o que está dizendo está sendo proveitoso e edificante; e, consequentemente, insiste em falar. Quando isso ocorrer, Paulo mostra que a assembleia tem recurso. Ele disse: “falem dois ou três profetas, e os outros julguem” (1 Co 14:29). Uma assembleia bíblica é responsável por “julgar” o ministério em seu meio. E, se não for proveitoso, a assembleia tem autoridade para exercer disciplina piedosa, pedindo que essa pessoa fique em silêncio nas reuniões (1 Co 14:27-33).
Essas instruções são especialmente importantes para os Cristãos que estão reunidos de acordo com as Escrituras, porque quando há liberdade nas reuniões da assembleia, pode haver mau uso dessa liberdade. Essas instruções dificilmente teriam aplicação no sistema denominacional convencional, porque em seus “cultos” eles não têm uma forma para que houvesse alguma liberdade para esse ministério. Lembremo-nos de que essa ordem bíblica não é a nossa liberdade (como alguns do coríntios pensavam erroneamente), mas a liberdade do Espírito para dirigir como Ele quer. Não devemos falar a menos que sejamos guiados pelo Espírito a fazê-lo.
Finalmente, nos versículos 34-40, o apóstolo mostra o lugar que as irmãs devem tomar nas reuniões públicas. Falaremos mais sobre isso em um capítulo adiante. Paulo então conclui o capítulo, dando um princípio definitivo de governo: “faça-se tudo decentemente e com ordem” (1 Co 14:40).

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