terça-feira, 28 de abril de 2020

O Testemunho de Mateus

O apóstolo Mateus indica o mesmo abandono nas parábolas do reino dos céus. Nessas parábolas, o Senhor Jesus disse que um inimigo (Satanás) viria semear “joio no meio do trigo”. Isso indica que haveria uma introdução de falsos mestres sem vida no reino do céus. O resultado seria uma mistura de crentes (o trigo) e de falsos professos (o joio), que não seriam separados até o fim do século (Mt 13:24-30, 38-41).
Mateus registra que o Senhor Jesus ensinou às multidões que um vasto sistema de coisas surgiria da simplicidade original do Cristianismo e que, no final, não teria nenhuma semelhança com o que havia no começo. Ele usou a figura de uma “semente de mostarda” sendo plantada na terra e crescendo desproporcionalmente, até que se tornar uma enorme árvore onde as aves do céu se aninhariam. Uma grande árvore na Escritura fala de domínio e poder (Ez 31:3-7; Dn 4:10-11, 20-22, 34). Assim, a profissão Cristã se tornaria uma grande instituição mundana, com um aspecto de grandeza e pretensão. Tornou-se um grande sistema de religião, política e negócios. É um lugar onde os homens lutam por honras, grandeza e poder. As “aves do céu” falam de espíritos malignos (Ap 18:2) que capturariam a mente dos homens e os influenciariam a ensinar doutrinas errôneas (1 Tm 4:1).
Se alguma vez tivemos a oportunidade de testemunhar o barulho que emana de uma árvore cheia de pássaros, entenderíamos quão adequada é essa figura da confusão que existe no testemunho Cristão. Os pássaros estão todos cantando ao mesmo tempo, todos aparentemente com algo a dizer, mas suas vozes são todas conflitantes. É exatamente isso que percebemos quando ouvimos as milhares de vozes das várias assim-chamadas igrejas na Cristandade (Mt 13:31-32).
O Senhor continuou a falar sobre a mulher que introduziu “fermento” em “três medidas de farinha” (Mt 13:33). Isso fala de outro aspecto da ruína que entrou na profissão Cristã. Se as aves na imensa árvore ilustram a grande profissão exterior que se desenvolveria, o fermento na farinha fala da grande corrupção interior que também permearia a Cristandade. O fermento na Escritura é uma figura de mal (Mt 16:6; Mc 8:15; 1 Co 5:6-8; Gl 5:7-10). A “farinha” é uma figura de Cristo, que é “o Pão da vida”. Ele é o alimento espiritual para os filhos de Deus (Jo 6:33-35, 51-58). Por isso, o Senhor indicou que a igreja professa (a mulher) corromperia o alimento dos filhos de Deus, introduzindo má doutrina, misturando-a com a verdade acerca de Sua Pessoa. Foi exatamente o que aconteceu. Muitos ensinamentos maus e errôneos foram associados à Pessoa de Cristo na vasta profissão da Cristandade.
Assim, essas três parábolas, no evangelho de Mateus, indicam que haveria a introdução de pessoas malignas (Mt 13:24-30), espíritos malignos (Mt 13:31-32; 1 Tm 4:1) e doutrinas malignas (13:33) na profissão Cristã.
Algumas das outras semelhanças do reino no evangelho de Mateus também indicam que esse mesmo fracasso aconteceria. Por exemplo, Mateus 25:1-13 diz que as dez virgens “tosquenejaram todas e adormeceram”. Elas estavam dormindo quando deveriam estar vigiando.

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