terça-feira, 28 de abril de 2020

Não Somos Chamados a Consertar a Ruína no Testemunho Cristão

Muitos crentes retos e preocupados perguntam: “O que posso fazer para ajudar a restaurar a desordem no testemunho Cristão? Talvez eu deva levar essas coisas ao meu ‘pastor’ para que possamos ter uma igreja mais bíblica.”
Se nos voltarmos para a Palavra de Deus, veremos que o testemunho Cristão em sua condição caída não será restaurado, mas sim, julgado por Deus e removido da Terra. Em Romanos 11, o apóstolo Paulo falou da “oliveira” cujos ramos foram “quebrados”, ilustrando figurativamente como Israel, como nação, seria tirada do lugar de privilégio que ocupava com Deus. Isso foi feito porque eles recusaram todo o testemunho de Deus em Cristo (conforme registrado nos evangelhos) e do Espírito Santo (conforme registrado em Atos). Ele então falou dos ramos de um “zambujeiro [oliveira brava – ARA]sendo enxertados na oliveira. Ele usou isso para ilustrar como Deus traria os gentios para um lugar de privilégio por meio do evangelho. Aqueles que professam conhecer o Senhor estão agora neste lugar de privilégio e em associação com Ele. Este é o lugar que a Cristandade ocupa pela graça de Deus.
Mas o apóstolo continuou afirmando que, se os ramos da oliveira brava (Cristandade) não se mantivessem na bondade de Deus, seriam cortados do lugar de privilégio e os ramos cortados anteriormente (Israel) seriam trazidos de volta a esse lugar de favor. Como mostramos, a Cristandade falhou em todos os aspectos de sua responsabilidade e está reservada para esse julgamento, que acontecerá depois que o Senhor chamar os verdadeiros crentes para fora dela, na Sua vinda (o Arrebatamento). Assim, vemos que o fim da Cristandade é julgamento, não restauração. Uma figura disso na Escritura é Vasti (a rainha gentia – uma figura da Cristandade) sendo deixada de lado e Ester (a judia – uma figura do remanescente de Israel) sendo trazida para tomar o seu lugar (Et 1-2).
Além disso, nos discursos do Senhor às sete igrejas da Ásia, que dão profeticamente, os sucessivos estágios de declínio pelos quais a igreja professa passaria; Ele não dá nenhuma indicação de que o testemunho Cristão seria restaurado. Pelo contrário, Ele diz que seria vomitado de Sua boca no final (Ap 3:16). E Ele disse também: “outra carga vos não porei. Mas o que tendes retende-o até que Eu venha” (Ap 2:24-25). Também não há uma palavra em nenhuma das epístolas de que haveria uma restauração do testemunho Cristão.
Mais do que isso, em Mateus 13:28-30, temos a própria Palavra do Senhor de que devemos desistir de tentar remediar a condição caída no testemunho Cristão. Quando o inimigo semeou joio no meio do trigo, os servos do pai de família perguntaram: “Queres pois que vamos arrancá-lo?” Eles perguntaram se deveriam tentar remediar a situação. O pai de família respondeu: “Não; para que ao colher o joio não arranqueis também o trigo com ele. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa”. A “ceifa (colheita)é a consumação do século[1] (Mt 13:39 – ARA). É claro, então, que não somos chamados a consertar a confusão na Cristandade, mas a deixar tudo para o Senhor resolver no final do século.
Agora, se Deus diz que o testemunho Cristão não será restaurado, então certamente será um esforço inútil de nossa parte tentar remediar a condição atual. Ele nos pediria para fazer algo que Sua Palavra nos diz que não pode ser feito? Ele nos pediria para fazer algo que Ele mesmo nos disse em Sua Palavra para não fazer? Não.




[1] N. do T.: O Senhor Se referiu a dois “séculos”: “o presente século” (o período mosaico, desde o Sinai, com a entrega da Lei, até a Sua Aparição, no final da tribulação. Após Sua rejeição, o “presente século” tornou-se “o presente século mau– Gl 1:4), e o “século futuro” (Mt 12:32) – o Milênio. Também houve “outros séculos” (Ef 3:5) – os períodos antediluviano, Patriarcal etc., e haverá também os “séculos dos séculos” – a eternidade (Gl 1:5 – ARA).

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