terça-feira, 28 de abril de 2020

3) Mal eclesiástico


O mesmo princípio é verdadeiro para o mal e a desordem religiosa (isto é, clericalismo – o sistema de clérigos/leigos na igreja). Quando nos associamos a uma comunhão particular de Cristãos baseado num sistema clerical, o que não está de acordo com a Palavra de Deus – mesmo que não aprovemos o que é praticado ali – ainda estamos identificados com ela! Este princípio está claramente estabelecido por Paulo em 1 Coríntios 10:14-22. Ele mostra que, seja no Cristianismo, no judaísmo ou no paganismo, o princípio da identificação existe. Em cada caso, participar de uma ordem religiosa de coisas é a expressão da comunhão de alguém com tudo o que existe ali.
Em relação ao Cristianismo, ele disse: “Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é porventura a comunhão do corpo de Cristo?” (1 Co 10:16). Fica claro disso que nosso ato de partir o pão (participar da ceia do Senhor) é a expressão de nossa comunhão com aqueles com quem partimos o pão.
Em relação a Israel, Paulo mostrou que o mesmo princípio existia, dizendo: “Vede a Israel segundo a carne: os que comem os sacrifícios não são porventura participantes do [estão em comunhão com o – JND] altar?” (1 Co 10:18) Alguém que participasse dos sacrifícios no altar em que eram oferecidos era identificado com tudo o que o altar representava. Neste caso seria com o judaísmo e todos os seus princípios e práticas judaicos.
E o apóstolo também mostrou que o mesmo princípio era verdadeiro quanto à idolatria no paganismo, dizendo: “as coisas que eles (os gentios) sacrificam, as sacrificam a demônios, e não a Deus; e não quero que vós tenhais comunhão com os demônios” (1 Co 10:20 – TB). Nesse caso, aqueles que participaram do “cálice dos demônios” estavam em comunhão com demônios.
O princípio de associação existe no judaísmo, no paganismo e na Cristandade. Dentro da profissão Cristã, nosso ato de participar de um determinado grupo eclesiástico é nossa identificação com tudo o que acontece lá. Se eles ensinam má doutrina, estamos em comunhão com ela. Se eles estão envolvidos com uma prática não bíblica de adoração, também estamos em comunhão com isso. E Deus não queria ter Seu povo em comunhão com a má doutrina ou má prática (2 Co 6:14-18). É por isso que Paulo disse que, quando a confusão religiosa se desenvolvesse na casa de Deus, deveríamos “nos purificar” dessas coisas, separando-nos delas (2 Tm 2:20-21).

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