Um princípio importante que precisa ser entendido em relação a esse assunto
é que a assembleia, agindo de forma bíblica, não faz nada por boca de uma testemunha
apenas. O que deve ser feito na assembleia deve ser feito de acordo com o princípio:
“por boca de duas ou três testemunhas, será confirmada toda a palavra” (2 Co 13:1). Compare também João 8:17
e Deuteronômio 19:15. Portanto, a assembleia não deve receber pessoas com base em
seu próprio testemunho. E especialmente quando todos tendem a dar um bom testemunho
de si mesmos, como diz a Escritura: “Todos
os caminhos do homem são limpos aos seus olhos” (Pv 16:2). E novamente: “Quem
fala de si mesmo busca a sua própria glória” (Jo 7:18). É por isso que pode ser pedido à uma pessoa que deseja
entrar em comunhão que espere, e especialmente quando a assembleia não sabe nada
sobre ela. Uma vez que a assembleia local tenha conhecido a pessoa que deseja estar
em comunhão, ela poderá recebê-la com base no testemunho de outras pessoas.
Este é um princípio que se estende por toda a Escritura. Até o Senhor Jesus
Cristo, o Senhor da glória, Se submeteu a esse princípio quando Se apresentou a
Israel como seu Messias. Ele disse: “Se
Eu testifico de Mim mesmo, o Meu testemunho não é verdadeiro [válido]” (Jo 5:31). Ele então passou a dar outros quatro testemunhos
que testemunhavam Quem Ele era: João Batista, Suas obras, Seu Pai e as Escrituras
(Jo 5:32-39). Embora tenha muitos testemunhos de que Ele era o Messias, o Senhor
advertiu os judeus de que chegaria um dia em que eles, como nação, receberiam um
falso messias (anticristo) sem testemunhos. Ele disse que outro viria “em seu
próprio nome” e eles o receberiam
(Jo 5:43). Assim, o Senhor condenou a prática de receber alguém em seu
próprio testemunho.
Os filhos de Israel falharam exatamente nisso, quando receberam os gibeonitas
segundo o testemunho deles mesmos (Js 9). Isso está registrado na Escritura para
nos advertir do perigo de tal prática.
Atos 9:26-29, nos dá um exemplo do cuidado que a Igreja primitiva tinha ao
receber alguém em sua comunhão. Quando Saulo de Tarso foi salvo, ele desejou entrar
em comunhão com os santos em Jerusalém, mas foi inicialmente recusado. Mesmo que
fosse verdade tudo o que ele possa ter dito aos irmãos em Jerusalém sobre sua vida
pessoal, ele não foi recebido em seu próprio testemunho. Não foi até Barnabé tomar
Saulo e levá-lo aos irmãos, e testemunhar a fé e o caráter de Saulo, para que houvesse
o testemunho de dois homens para que o recebessem. Depois disso, “e andava com eles em Jerusalém, entrando e
saindo” (At 9:28). Se a Igreja primitiva não recebeu Saulo de Tarso imediatamente,
certamente os Cristãos de hoje não deveriam esperar ser recebidos imediatamente
quando desejarem estar em comunhão em uma assembleia local.
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