O apóstolo Pedro também falou dos maus ensinamentos que surgiriam no testemunho
Cristão. Ele disse que os falsos mestres se levantariam entre os santos de Deus
e introduziriam “heresias
de perdição [destruidoras – ARA]” que “muitos” seguiriam – ao ponto que chamariam
o caminho da verdade de mal (2 Pe 2:1-3; 3:16). A heresia não é ensinar a má doutrina
(o significado convencional), mas a criação de seitas. Uma “heresia” ou uma
“seita”, por definição, é fazer um partido ou uma divisão dentro da Igreja
que se separa de forma prática dos outros e forma sua comunhão em torno de uma opinião
particular. É verdade que a má doutrina está frequentemente ligada à criação de
seitas, e é provavelmente por isso que muitos Cristãos pensam na heresia como sendo
ensinar coisas heterodoxas[1] e blasfemas;
mas a heresia em si mesma é a formação de uma divisão visível na Igreja. A mais
sutil de todas as heresias é aquela que se desenvolve em torno de alguma parte da
verdade, com exclusão de outras verdades. Pode haver muitos crentes verdadeiros
que estão conectados com essas heresias. Mas uma “heresia de perdição”, da qual Pedro fala, é uma seita
que reúne em torno de doutrinas que levam almas à perdição.
Quando observamos a vasta profissão do Cristianismo, vemos todas as numerosas
divisões e seitas da igreja. Dizem que hoje existem bem mais de mil denominações
e comunhões não-denominacionais! Felizmente, podemos dizer que a maioria desses
grupos eclesiásticos não é
uma heresia “de perdição”,
mas, apesar disso, elas são divisões exteriores na Igreja e são sectárias. A Escritura
diz que devemos rejeitar a heresia, porque é uma obra da carne (Tt 3:10-11; 1
Co 11:19; Gl 5:20).
[1] N. do T.: Heterodoxo provém da palavra grega “hetero” que significa “diferente” e “doxa” que significa “fé”. É o que se
opõe aos padrões, normas, regras ou a uma doutrina pré-estabelecida. É o que
está em desconformidade com a doutrina tida como verdadeira.
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